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Ararinhas-azuis serão repatriadas para o Brasil no fim do mês

Editoria: Vininha F. Carvalho 15/02/2013

A volta à natureza da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) pode ocorrer mais cedo do que se esperava. Três exemplares da espécie, mantidos em cativeiro na Espanha e Alemanha, serão repatriados para o Brasil no final deste mês. Eles estão em quarentena e já passaram por todos os exames exigidos pelo Ministério da Agricultura. Em março, será feita a repatriação de um novo grupo desses animais.

No dia 4 de fevereiro, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acompanhou a transferência de um casal de ararinhas na Europa.

Com toda essa movimentação, o Cemave, que coordena o Plano de Ação Nacional (PAN) de Conservação da Ararinha-Azul, torce para que as aves se reproduzam logo e aumentem a população em cativeiro, criando condições para que a reintrodução à natureza seja feita antes mesmo de 2017, meta prevista inicialmete.

“Essa possibilidade já vem sendo discutida nas reuniões do comitê gestor do PAN”, disse João Luiz, chefe do Cemave.

A ararinha-azul é considerada extinta na natureza desde 2000. Atualmente, há no mundo apenas 79 indivíduos, mantidos em programas de cativeiro. A maioria encontra-se em mantenedores no exterior e somente cinco compõem a população reprodutiva no Brasil.

A história de uma ararinha domesticada, descoberta nos EUA em 2002, quando ela já era considerada extinta na natureza, inspirou o cineasta brasileiro Carlos Saldanha a fazer a animação “Rio”, sucesso de bileteria no ano passado.


Transferência:

O Cemave coordenou a transferência de um casal de ararinhas-azuis – o macho Lampião e a fêmea Bonita – da Fundação Loro Parque, em Tenerife, na Espanha, para a sede da Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), na Alemanha.

O objetivo de ações como essa, segundo a analista Camile Lugarini, que acompanhou os trabalhos, é aprimorar, ao máximo, o pareamento e melhorar os índices reprodutivos da população em cativeiro.

As ararinhas foram embarcadas em um jato fretado especificamente para esse fim, o que garantiu o transporte separado de outros animais e com menos estresse. A viagem durou cerca de nove horas. Ao chegarem à ACTP, as aves foram colocadas diretamente na quarentena. “Elas não mostraram sinais de estresse, alimentaram-se durante o voo e passam bem”, informou Camile.


Plano nacional:

O PAN da Ararinha-Azul foi instituído pelo ICMBio em fevereiro do ano passado. Prevê uma série de medidas para aumentar a população manejada em cativeiro e recuperar e conservar o habitat de ocorrência histórica da espécie até 2017. Para isso, o projeto Ararinha na Natureza desenvolve ações nas comunidades do município de Curaçá, na Bahia.

O grande desafio do plano é manejar a população em cativeiro como uma população única, geneticamente viável e com crescimento considerável de, no mínimo, seis indivíduos ao ano. A espécie possui baixos índices reprodutivos.

Os mantenedores que têm obtido melhores índices de nascimento são a Al Wabra Wildlife Preservation, no Qatar, e a ACTP, na Alemanha.

Fonte: ICMBio