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Novas espécies de aves poderão ser descritas nos próximos anos

Editoria: Vininha F. Carvalho 17/05/2013

Após o anúncio da descoberta de 15 novas espécies de aves na Amazônia, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Mário Cohn-Haft, disse que mais algumas novas espécies de aves poderão ser descritas nos próximos anos.

“Ainda há muitas espécies que foram estudadas que não deu para colocar na publicação, então podemos verificar nos próximos anos pelo menos uma dúzia de novas espécies de aves”, adianta.

Cohn-Haft fez parte do grupo de pesquisadores que realizaram, ao longo de anos, estudos que resultaram na descoberta e descrição das 15 novas espécies de aves na região. O reconhecimento foi feito por vocalizações, DNA e pela aparência das aves.

Os autores das descrições são: Mário Cohn-Haft, do Inpa; Alexandre Aleixo, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG); Luís Fábio Silveira, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP); e Bret Whitney, do Museu Nacional de Ciência Natural da Universidade Estadual de Louisiana (EUA).

“Esse trabalho representa uma colaboração entre vários grupos de pesquisadores e seus respectivos grupos de pesquisas. Cada grupo por si já fazia suas descobertas e colaboravam sempre uns com os outros”, explica Cohn-Haft.

O livro é o último da enciclopédia “Handbook of the birds of the world” (Enciclopédia de pássaros do mundo), sendo o 17º da série. Nele, haverá a publicação descritiva das 15 novas espécies, além de um artigo introdutório para contextualizar o assunto.


- Descoberta e identificação:

O reconhecimento das aves foi feito usando três técnicas: morfologia, vocalizações e genética; em locais como o sul do Amazonas e do Pará, além do Acre, Rondônia e outros ambientes da Amazônia.

Os nomes populares divulgados de algumas espécies são: chorozinho-esperado, chorozinho-do-aripuanã, choquinha-do-bambu, cantador-de-rodon, arapaçu-do-tapajós, rapazinho-estriado-do-oeste e choquinha-do-rio-roosevelt. Já os nomes científicos das espécies serão divulgados na publicação.

“O diferencial deste trabalho é que decidimos publicar todas as espécies juntas. O que acontece é que a cada nova descoberta, o artigo já é descrito e publicado, e isso permite passar batido a taxa de descoberta da Amazônia, que é extraordinária”, afirma o pesquisador.


- Conservação do ambiente:

O pesquisador atenta para a importância das descobertas em relação à conservação ambiental: “Ainda há muito para se descobrir na Amazônia e decisões de áreas que importam ou não, são muito prematuras. Por isso temos que ter cautela no desenvolvimento de certas áreas, pois ainda há muita coisa para ser descoberta”.

Ainda de acordo com Cohn-Haft, muitas dessas espécies foram encontradas ao longo do Arco do Desmatamento (sul e sudeste da Amazônia), ou seja, a Amazônia está sendo destruída onde se há mais espécies novas. “Essa é de longe a região mais rica do mundo. A Amazônia é incomparável e ainda é pouco apreciada (estudada) pela biodiversidade que tem”, conclui.

Os estudos realizados por Mário Cohn-Haft foram financiados por: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Rede Geoma (MCTI), Petrobrás e Probio (coordenado pela pesquisadora do Inpa, Lúcia Py Daniel).



Foto: Mário Cohn-Haft (Acervo pesquisador)



Fonte: Raiza Lucena