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Altas temperaturas também trazem risco à saúde dos cães

Editoria: Vininha F. Carvalho 10/12/2010

Hipertermia ou Heat Stroke são os termos que descrevem a elevação da temperatura corpórea. Essa elevação pode ocorrer como uma resposta a processos inflamatórios ou calor ambiente excessivo, conforme esclarece o diretor clinico do Hospital Veterinário Pet Care, Marcelo Quinzani.

“Os cães não transpiram pela pele como os humanos e outros animais. Eles perdem calor pela respiração e transpiram muito pouco pelos coxins plantares e nariz. Como essa área é muito pequena em relação à extensão do corpo, ela é insuficiente para manter a temperatura corpórea próxima da temperatura normal”, detalha.

“Como essa área é muito pequena em relação à extensão do corpo, ela é insuficiente para manter a temperatura corpórea próxima da temperatura normal. Quando o cão é exposto a altas temperaturas, ou a estresses e atividades intensas em dias muito quentes sua temperatura interna pode ultrapassar os 40ºC”.

O veterinário explica que os sinais clínicos encontrados nesse caso são: respiração ofegante, hipersalivação, temperatura acima de 40°C, mucosas avermelhadas, taquicardia, arritmias cardíacas, vômitos, muitas vezes com sangue, diarréias também com sangue, manchas e hematomas dispersos pelo corpo, alterações mentais, convulsões, tremores musculares, dificuldade de locomoção e incoordenação motora, diminuição ou ausência da produção de urina, coma e parada cardiorrespiratória.

“A hipertermia é uma condição gravíssima que requer tratamento médico imediato. Uma vez que os sinais clínicos de hipertermia são identificados, existe um tempo extremamente curto para reverter o quadro com medidas apropriadas ou fatalmente o animal vem a óbito”.

Independente da raça todos os cães estão predisposto a essa patologia se submetidos a condições ambientais desfavoráveis de calor e umidade. Cães braquicéfalos (de focinho curto) como Bull Dog, Boxer, Pug, Lhasa Apso, Shi Tsu, Boston Terrier entre outros estão mais suscetíveis ao problema. “Anatomicamente já são desfavorecido de um aparelho “refrigerador” adequado”, explica.

“Animais jovens, por ter uma tendência a se exercitar demais também estão nesse grupo de risco, principalmente quando em dias quentes e úmidos ou em ambientes fechados”. Animais com paralisia de laringe (muito comum em Labradores) ou outras limitações respiratórias altas também fazem parte desse grupo.

Assim de modo geral todos os cães de todas as raças submetidos a condições de calor e umidade excessiva como passeios em horas quentes do dia, exercícios vigorosos, ficar em ambiente fechado como carros, banho e tosa, associados à restrição de água podem desenvolver a hipertermia.

Em caso de emergência:

Aos primeiros sinais clínicos de hipertermia o animal deve ser retirado imediatamente do ambiente quente, colocado sob refrigeração ou ventilação adequada.

“Molhar o animal por aspersão e toalhas frias também auxilia no processo de refrigeração. Porém, não se deve submergir o animal em água fria, pois isso leva a vasoconstrição periférica dificultando ainda mais a dispersão de calor. É preciso também procurar imediatamente um médico veterinário”.

Sob cuidados veterinários o animal deve ser sedado e se necessário entubado para suporte de oxigênio e providenciar infusão venosa de cristalóides em volume para choque (grandes volumes em velocidade rápida). Outros medicamentos podem ser usados de acordo com os sinais clínicos apresentados.

A temperatura deve ser monitorada e quando atingir uma temperatura fisiológica, os procedimentos de refrigeração devem ser interrompidos.

“Muitas vezes as altas temperaturas causam danos irreversíveis às células de diversos órgãos assim os animais vêm á óbito mesmo com todas as medidas tomadas”, diz Quinzani.

“Mais uma vez o tempo entre a identificação dos primeiros sinais de desconforto térmico e as primeiras intervenções são extremamente importante para a evolução satisfatória e para o prognóstico do animal”.

Para prevenir:

- Evitar passeios e esforços físicos em dias quentes e úmidos.

- Não deixar animal preso dentro do carro, mesmo com vidros abertos.

- Não deixar animal em ambientes fechados ou sem acesso á sombra e água fresca.

- Não dar banhos com água quente e secadores quentes no verão.

- Não submeter o animal á situações de estresse psicológico que o deixe ofegante por medo ou insegurança.

- Evitar esforços ou condições desfavoráveis para animais obesos ou que tenha anatomicamente alguma dificuldade respiratória.

- Evitar a contenção forçada do animal e uso de focinheira em ambientes quentes e fechados.

Fonte: Rafael Ferraz