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Bebê harpia do Refúgio Biológico de Itaipu ganha irmão (ã)

Editoria: Vininha F. Carvalho 11/02/2009

A família de harpias (Harpia harpyja) do Refúgio Biológico Bela Vista de Itaipu ganhou, mais um integrante. Com 62,7 gramas, o filhote recém-nascido passa bem e está sob os cuidados dos técnicos e veterinários. Ele está na mesma estufa de seu irmão(ã), o sexo de nenhum deles ainda foi identificado, que nasceu na última quinta-feira e já está pesando 143 gramas. A harpia é uma ave rara no Brasil e quase extinta no PR.

Os dois filhotes estão sendo tratados em um ambiente especial e controlado. A temperatura começou em 36ºC e vai baixando meio grau por dia até chegar à temperatura ambiente. Já a umidade relativa do ar fica entre 60% e 70%. Eles são alimentados cinco vezes por dia, num intervalo de 4 horas entre uma refeição e outra. Após os primeiros 10 dias, o espaçamento entre a alimentação vai diminuir, mas a quantidade de alimento vai aumentar.

O nascimento do segundo filhote, num prazo de cinco dias, comprova o sucesso do trabalho de reprodução da ave no refúgio, iniciado há oito anos, quando a primeira harpia chegou ao Refúgio Biológico. Em setembro de 2000, um macho com um ano de idade foi resgatado na BR 277. No refúgio, foi colocado em um ambiente isolado.

“Desde a chegada do primeiro exemplar, nossa intenção era fazer a procriação das harpias”, explicou o veterinário do refúgio, Wanderlei de Moraes. Dois anos depois, ele encontrou uma fêmea de três anos, que ficava em uma área isolada no zoo de Brasília (DF). O animal foi cedido e o par foi formado.

A principal característica das duas harpias é não ter criado afinidade com seres humanos. No refúgio, elas são alimentadas por meio de um cano de pvc; quase não há contato com pessoas. No início, o par foi colocado em ambientes próximos, mas sem contato visual. Por seis meses, as harpias se conheceram apenas por piados. Outros seis meses ficaram separados por uma grade, podendo apenas trocar olhares. Um trabalho que exige paciência, mas necessário.

A técnica deu certo. “Quando colocamos o macho e a fêmea juntos, eles não brigaram e formaram o casal. Sabemos que poderíamos conseguir a reprodução quando começaram a montar o ninho juntos”, afirmou Wanderlei. Os primeiros três filhotes nasceram em 2007 e 2008, mas não sobreviveram aos primeiros dias.

“Nossa filosofia no refúgio é sempre tentar fazer a mãe cuidar dos filhotes”, afirmou o veterinário, “mas como isso não deu certo nas primeiras tentativas, optamos em fazer a criação artificial, em um ambiente controlado”.

Pais artificiais:

Segundo Wanderlei, os primeiros dias são os mais importante para garantir a sobrevivência dos filhotes. Mas a continuidade do trabalho é igualmente necessária. A próxima etapa é estimular os animais com objetos que pareçam familiares. Para isso, o pessoal do refúgio abusa da criatividade.

“Vamos colocar um boneco com uma foto da cara da mãe e mexer com os filhotes”, contou. A intenção é fazer os bebês harpias interagirem e se identificarem com seus semelhantes. Além disso, será colocado sons dos pais próximos aos filhotes. O crescimento e desenvolvimento das harpias se aproximam do natural. É o máximo que o pessoal do refúgio pode fazer para dar uma vida natural às aves recém-nascidas.


Foto:Alexandre Marchetti

Fonte: Itaipu Binacional