Ave de Rapina
Onça
Cachorro
Cavalo
Gato
Arara

Poema : O cão imundo !

Editoria: Vininha F. Carvalho 14/07/2007

Eu quero alguém que me ame tanto,

Quanto eu também, preciso amar alguém...

Procuro em vão, em vão derramo pranto,

E pelo mundo não achei ninguém...



Tranquei-me; revoltada, tão ferida,

Abandonada, só, e deprimida

Eu me senti tão fraca, já vencida,

Que me entreguei à dor maior da vida...



Ali fechada ao mundo, escutei

Um arranhar na porta e pensei:

É o cão, o cão que vi quando entrei

Cheirando mal, deitado onde passei...



E, devagar, a minha porta abri...

O cão imundo novamente eu vi.

Tremia tanto que não resisti:

A criatura, chorando, recolhi.



Olhando, espelhei-me em seus olhos

Pedindo amor, carinho, compaixão...

Ambos querendo afagos e dois colos,

Ambos sofrendo a dor da solidão.



Envelhecemos juntos, lealmente,

Comemoramos o passar dos anos ...

O meu cachorro mais parece gente,

E muita gente, é gente por engano.



Com ele, aprendi ser a generosa,

E perdoei até quem me “chutou”;

Deixei o “poço”, a lama pegajosa,

Porque um cão imundo, me salvou.






Fonte: Leopoldina de Menezes P. Cintra (Nina)- Itajubá - MG