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A displasia coxo-femural apresenta um envolvimento genético

Editoria: Vininha F. Carvalho 15/09/2006

Este termo é relativamente conhecido no meio cinófilo, principalmente para aqueles criadores de cães de raças grandes e que freqüentam as pistas, porém relativamente desconhecido para a maioria da população. Por definição, a palavra displasia significa má formação, portanto neste caso má formação das articulações coxo-femurais, a articulação que une a bacia ou coxal com os membros posteriores.

Convém salientar que a displasia também pode aparecer em outras articulações como na do cotovelo por exemplo, na articulação úmero- rádio-ulnar. A displasia coxo-femural é um processo que costuma passar despercebido naqueles animais que são portadores do gene causador da doença, principalmente quando em grau leve. Entretanto, devido ao manejo e a forma de criação incorreta a patologia poderá acabar se manifestando.

Atualmente sabe-se que a displasia apresenta um envolvimento genético, ou seja, pode ser transmissível dos pais portadores dos genes (alguns dos quais nem apresentam a doença) para os filhos.
Considera-se que a herdabilidade deste gene é de baixa a moderada.

Por isso, a redução do aparecimento da displasia se dá mediante ao cruzamento de animais que individualmente não apresentem a enfermidade. Animais displásicos e animais saudáveis que apresentam alta incidência de transmissão da displasia através dos genes devem ser retirados da reprodução.

A displasia coxo-femural pode acometer todas as raças independentemente do sexo. A máxima freqüência ocorre em cães jovens de raças grandes e gigantes, naqueles animais que possuem uma boa dieta, e pelo fato dos machos crescerem mais e geralmente possuírem um talhe maior, também acabam aparecendo com o problema em maior número.

Geralmente a displasia coxo-femural se apresenta em ambas as articulações (bilateral), sendo considerado como quadro agudo na faixa etária entre 4 a 8 meses de vida. Após este período teremos um processo crônico de degeneração articular, portanto o que pode se concluir é que o aparecimento desta patologia com seus sinais clínicos ocorre nos animais que possuem as características genéticas e que estão com suas articulações em formação e isto se dá até os 12 meses de idade do cão.

Depois deste período teoricamente não há possibilidade da doença aumentar e o que acaba acontecendo são as conseqüências provocadas pela displasia, as quais compreendem as degenerações articulares classificadas como artroses ou osteoartroses.

Devido a este fato é que as chapas radiográficas oficiais (na posição ventro-dorsal e com os membros posteriores estendidos) para a detecção da displasia só podem ser tiradas a partir de 1 ano de idade do cão, para diagnóstico definitivo.

Os sinais clínicos costumam ser bem claros, mas variam de acordo com o grau de gravidade da doença pois nesta idade, o filhote saudável costuma ser alegre, ativo e brincalhão. No caso da articulação coxo-femural do animal displásico, por exemplo, devido ao mal posicionamento das articulações, acarretará numa erosão das cartilagens das cabeças femurais e a sobrecarga dos ligamentos e da cápsula articular produzirão uma dor muito intensa.

Neste caso o animal evita a movimentação tornando-se quieto e quando movimenta-se poderá rebolar ou poderá ainda apresentar as passadas com os posteriores conjuntamente como o movimento de um coelho, pois todas estas formas de andar tendem a diminuir a dor na locomoção. Pode-se ainda observar que a região posterior do corpo do animal displásico apresenta-se relativamente pouco desenvolvida quando comparada com a região anterior. Isso ocorre devido ao fato de apresentar uma atrofia da região posterior, pois a dor faz com que o animal use pouco os membros posteriores.

Infelizmente não há tratamento terapêutico ou cirúrgicos eficientes, o que poderemos fazer é tentar manter uma forma de tratamento que melhore sua qualidade de vida, pois este animal sempre terá as seqüelas desta alteração mas que poderá ser drasticamente agravada principalmente se o animal que tiver tal predisposição, ou seja, enquanto estiver em crescimento possuir um peso além do ideal e/ou for criado em pisos lisos ou escorregadios. Estas situações levam a traumas entre os ossos ofendendo seus revestimentos cartilagíneos favorecendo muito mais o quadro e o aparecimento das degenerações ou osteortroses com o passar da idade.

A Policlínica Veterinária de Cotia possui aparato radiológico para confirmar as suspeitas clinicas e instaurar formas de tratamento e manejo para que possamos oferecer melhores condições de vida aos animais portadores desta má formação.