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Operação arapongas combate tráfico de animais

Editoria: Vininha F. Carvalho 14/10/2011

Na mansão luxuosa em São Paulo onde se buscava o casal envolvido com a venda ilegal de animais silvestres pela internet, os fiscais do Ibama encontraram um verdadeiro depósito de pássaros, jacaré, cobras e até um lagarto alaranjado conhecido como Monstro de Gila, típico dos Estados Unidos.

Na sala, a equipe se deparou com um gavião voando, na provável suíte do casal havia um aquário com jacaré. A cada novo quarto, mais animais foram localizados.

Era o início da Operação Arapongas, uma ação integrada entre o Ibama e a Polícia Federal que foi deflagrada na manhã de ontem para desarticular uma organização criminosa de tráfico e comércio ilegal de animais no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Paraíba.

Segundo a coordenadora da Operação pelo Ibama, Maria Luiza Souza, o instituto apreendeu até o momento 2.631 animais silvestres e a Polícia Federal executou sete mandados de prisão de envolvidos no tráfico e comércio de animais da fauna silvestre brasileira e exóticos.

Com os presos foram encontrados jacarés, cobras, pererecas, gavião, falcão, passarinhos, lagartos, quati, aranhas, escorpiões, entre outros.

A investigação aponta que a quadrilha agia comercializando animais por meio de um site na Internet, no Brasil e no exterior. O site não tinha autorização do Ibama. Os investigados recebiam encomendas de todo e qualquer tipo de animais, como répteis, anfíbios, mamíferos e pássaros. Esses animais seriam obtidos por meio ilícito, como criadouros irregulares e captura de animais silvestres na natureza.

As negociações sob investigação envolviam inclusive duas ONGS , uma de São Paulo e outra de Campina Grande, que se apresentavam como “defensores da natureza”. Ambas negociavam, reproduziam e vendiam animais. As investigações identificaram que para burlar os sistemas de controle ambiental, as ongs reaproveitavam os microchips de animais mortos.

Na sede da ONG em São Paulo, a fiscalização do Ibama localizou cobra sem o dispositivo implantado para identificar a origem legal, conforme exige a legislação, e também microchips separados e notas fiscais.

“A tentativa de ludibriar a fiscalização não prosperou. Quem se traveste de atividade legal para realizar tráfico de animais será alcançado em algum momento”, afirma o coordenador de fiscalização, Roberto Cabral.

“Essa operação tem natureza emblemática e forte potencial de dissuasão aos traficantes de fauna, e está plenamente alinhada com os novos rumos da fiscalização ambiental federal”, afirmou o coordenador Geral de Fiscalização do Ibama, Bruno Barbosa, que acompanhou em São Paulo os trabalhos da Operação Araponga.

Fonte: Ibama