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Secretaria do Verde divulga nova lista de animais silvestres observados no municipio de São Paulo

Editoria: Vininha F. Carvalho 20/05/2010

No dia Internacional da Biodiversidade, 22 de maio, às 15h30 no Museu de Arte Moderna - MAM (Parque Ibirapuera) a Secretaria do Verde divulga a nova listagem de espécies silvestres observadas em áreas verdes na capital paulistana. A listagem é ponto de partida para a elaboração de planos de manejo e de conservação de áreas verdes, sendo importante ferramenta para o monitoramento ambiental. O Inventariamento Faunístico em Áreas Verdes do Município de São Paulo é realizado pela Divisão de Fauna da Secretaria desde 1993.

Dentre os novos registros estão aves florestais com habitat restrito (furnarídeos, tamnofilídeos, tiranídeos e traupídeos), aves de ambientes aquáticos e brejos (saracuras, maçaricos, patos silvestres e o flamingo-chileno), e uma espécie de campo e áreas abertas, o inhambu-chororó.

Entre as espécies ameaçadas de extinção destacamos o apuim-de-costas-pretas Touit melanonotus, a sabiá-cica Triclaria malachitacea, a maria-leque Onychorhynchus swainsoni, o pixoxó Sporophila frontalis e a cigarra-verdadeira Sporophila falcirostris, espécies registradas na APA Capivari-Monos, uma das áreas municipais de maior importância para a conservação da ornitofauna paulistana.

As regiões estudadas englobam 81 áreas dentro do Município de São Paulo, incluindo as APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia, Parques Municipais e Estaduais, Parques Lineares e outras áreas verdes de interesse. Foram computadas 700 espécies, uma riqueza surpreendente para a cidade mais populosa da América do Sul, condição em que justamente o oposto é o mais esperado. As espécies estão distribuídas em três grupos de invertebrados e cinco grupos de vertebrados.

Dentre os invertebrados estão presentes 137 espécies. Os vertebrados estão representados por 563 espécies; 23 peixes, 45 anfíbios, 40 répteis, 372 aves e 83 mamíferos. Cento e vinte sete espécies de vertebrados são endêmicas da Mata Atlântica, ou seja, são encontrados somente neste bioma. Este número corresponde a 22% do total de vertebrados.

Considerando as espécies ameaçadas no Estado de São Paulo (Decreto Estadual n° 53.494 de 2008), 30 espécies da fauna da cidade estão ameaçadas de extinção, 22 estão quase ameaçadas e 13 apresentam dados insuficientes. Das 23 espécies de peixes, 17 (74%) são nativas e seis (26%) são espécies exóticas introduzidas no Brasil. No grupo dos anfíbios ocorrem 45 espécies, destas 27 (60%) são endêmicas da Mata Atlântica, e uma exótica introduzida.

Foram adicionadas 85 espécies novas ao grupo das aves, o mais estudado em São Paulo, totalizando 372 espécies no município. Destas, 24,5% são endêmicas da Mata Atlântica, 11% constam em algum nível de ameaça das listas estadual, nacional e global e três são exóticas.

Trinta espécies são rapinantes (gaviões, falcões e corujas), exímios predadores de topo da cadeia trófica, 19 são beija-flores e 25 são saíras e sanhaços, que figuram entre as aves mais coloridas e belas do neotrópico.

A família dos papa-moscas (tiranídeos) possui o maior número de representantes, com 51 espécies. Algumas aves são migratórias, visitantes dos hemisférios norte ou sul, como o falcão-peregrino, a águia-pescadora, os maçaricos (Tringa spp.) e o verão (Pyrocephalus rubinus).

Entre os mamíferos estão presentes 12 espécies de marsupiais, conhecidos popularmente como gambás e cuícas, uma preguiça, três tatus, cinco macacos nativos e dois introduzidos, 32 morcegos, quatro felinos, entre eles a onça-parda e a jaguatirica, um cachorro-do-mato, três espécies de mustelídeos (irara, furão e lontra), duas espécies de procionídeos, conhecidos como mão-pelada e quati, uma anta, um porco-do-mato, um veado, um coelho, um esquilo, dois ratos exóticos e seis silvestres, um ouriço, um preá, uma paca, uma capivara e um ratão-do-banhado.

Dentre as novas espécies observadas, destacamos o primeiro registro para o município do muriqui-do-sul ou mono-carvoeiro, Brachyteles arachnoides, o maior e um dos mais ameaçados primatas das Américas, que empresta seu nome à APA Capivari-Monos. Este importante registro, juntamente com os do sagui-da-serra-escuro, Callithrix aurita, e o sauá, Callicebus nigrifrons, aumenta a relevância da APA Capivari-Monos como área para a conservação da biodiversidade.

No dia 21 será aberta a exposição "A Cidade de São Paulo e a Biodiversidade" que fica até domingo, 23, na Marquise do Ibirapuera, próximo ao Museu Afro. A exposição conta com 21 painéis com imagens de animais silvestres do inventário faunístico, plantas, unidades de conservação e informações da biodiversidade na Cidade de São Paulo.