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Vacina brasileira contra leishmaniose canina começa a ser exportada

Editoria: Vininha F. Carvalho 06/07/2007

A vacina brasileira Leishmune, contra leishmaniose visceral canina, desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro [UFRJ] e produzida e comercializada pelo laboratório Fort Dodge Saúde Animal, começa a ser exportada.

A República da Geórgia (Ásia ocidental, fronteira com a Europa) é o primeiro país a liberar a importação da vacina do Brasil e recebe as primeiras doses esta semana.

O governo local concedeu registro para a vacina ser usada imediatamente pelos veterinários no controle da leishmaniose, após analisar seus dados de eficácia e constatar que o produto pode ser usado na prevenção da doença e também em saúde pública.

No Brasil, a vacina é aprovada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e é comercializada desde 2004 em diversas regiões endêmicas para a doença.

"O estudos de eficácia da Leishmune impressionaram as autoridades de diversos governos europeus durante o último congresso mundial de leishmaniose, realizado em Palermo [Itália] e o resultado é esta primeira exportação. É um reconhecimento internacional da ciência brasileira", diz Diptendu Mohan Sen, presidente da Fort Dodge brasileira, cuja fábrica em Campinas é a única a produzir a Leishmune no mundo.

"A Leishmune também está em estudo na Itália e Espanha e em breve devemos exportar a tecnologia da vacina para esses e outros países", comemora o presidente. A leishmaniose afeta cerca de 90 países em todos os continentes e é considerada uma das seis maiores endemias pela OMS.

Desde o seu lançamento, em 2004, a Leishmune já foi aplicada com sucesso em cerca de 60 mil cães de mais de 250 cidades brasileiras. Levantamentos recentes, notificados oficialmente à Fort Dodge, mostraram que desses 60 mil cães, apenas 109 apresentaram "falha de eficácia" pós-vacinação, ou seja, 0,18% do total vacinado apresentou o parasita circulante depois de receber a vacina, demonstrando, na prática, uma proteção de mais de 99%.

A Leishmune oferece proteção de 92% a 95% se aplicada em cães saudáveis e soronegativos, de acordo com os estudos científicos que embasaram seu registro pelo Ministério da Agricultura.

Além disso, no projeto-piloto prévio ao seu lançamento, houve a vacinação de 600 cães - observados durante dois anos, em áreas endêmicas e 97,7% dos animais permanecem sadios. Estudos evidenciam ainda que animais vacinados não são transmissores da enfermidade, mesmo se picados.

A Leishmune foi desenvolvida ao longo de 24 anos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e é fabricada e comercializada pela Fort Dodge Saúde Animal. É produzida a partir de uma fração glicoprotéica do protozoário leishmânia.

A Leishmune é de uso exclusivo dos médicos veterinários e deve ser aplicada em cães soronegativos (testes sorológicos negativos para a doença) e assintomáticos a partir dos quatro meses de idade. Devem ser administradas três doses com intervalos de 21 dias entre elas no primeiro ciclo de vacinação. É recomendada a vacinação anual dos animais.


A doença:

A Leishmaniose Visceral é grave e fatal. Os cães são os principais reservatórios da doença. O protozoário leishmânia cumpre seu ciclo de desenvolvimento no interior do mosquito vetor (mosquito-palha, birigüi ou cangalhinha) que contamina seres humanos e cães ao picá-los.

Diferente de outros mosquitos, o birigüi não necessita de água parada para o desenvolvimento de suas formas larvárias, o que dificulta o controle da sua reprodução e, conseqüentemente, favorece a transmissão da doença.

Após a picada, o protozoário atinge a circulação sangüínea do cão e invade as células, iniciando sua replicação. A partir do momento em que o cão passa a ter a leishmânia em sua corrente sangüínea, ele se torna fonte de infecção para os mosquitos, que, por sua vez, podem contaminar outros cães e seres humanos.

O período de incubação é de dois meses a cinco meses nos cães, e de dois a quatro meses em seres humanos.

Os sintomas apresentados pelos cães são bastante variáveis. Normalmente são observadas lesões de pele, acompanhadas de descamações e, às vezes, úlceras, além de depressão, apetite diminuído e perda de peso. Alguns cães apresentam um crescimento exagerado das unhas e também dificuldade de locomoção.

Em um estágio mais avançado, há comprometimento do fígado, baço e rins, podendo levar o animal à morte. Devido à variedade e à falta de sintomas específicos, o médico veterinário é o único profissional habilitado a fazer um diagnóstico preciso.

joicea@adsbrasil.com.br.




Fonte: ADS Assessoria de Comunicações